ESCRAVO DA MENTE

Voraz pensamento de fundo sentir

devora-me a mente e retira-me o ar...

se evito-o, me tenta, não posso fugir

e logo a um canto me vejo a pensar.

Às vezes, à noite, sem sono, a vagar,

a ideia me açoita e só chego a dormir

cansado de muito da mente apanhar

ou bobo no intuito de muito a exprimir.

Assim, já vencido, a expressão que me assanha,

desejo de tudo fazer valer algo;

entanto, de nada daquilo me lembro...

O açoite foi vão; minha sina, que estranha:

o céu me dispõe, pelas nuvens eu galgo,

mas desço e, então, já de nada me lembro...

Kleiton Muniz
Enviado por Kleiton Muniz em 01/07/2013
Código do texto: T4366168
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