A morte de uma formiga
Vejo agora o desespero amiúde
De uma criatura insignificante.
Remexendo-se no azulejo brilhante
A formiga anela por saúde.
Contorcendo-se numa agitação rude
Seu estado é alarmante;
Fraquejando num torpor angustiante,
O pobre animal, não há quem o ajude.
Movimentos epiléticos na cerâmica encardida.
Num esforço louco a pequenina
Ainda tenta dar-me uma última mordida.
Mas a ela adveio a sina
De viver seu minúsculo momento
Aos pés de um homem sem sentimento!
2012