A morte de uma formiga

Vejo agora o desespero amiúde

De uma criatura insignificante.

Remexendo-se no azulejo brilhante

A formiga anela por saúde.

Contorcendo-se numa agitação rude

Seu estado é alarmante;

Fraquejando num torpor angustiante,

O pobre animal, não há quem o ajude.

Movimentos epiléticos na cerâmica encardida.

Num esforço louco a pequenina

Ainda tenta dar-me uma última mordida.

Mas a ela adveio a sina

De viver seu minúsculo momento

Aos pés de um homem sem sentimento!

2012

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 25/06/2013
Código do texto: T4357420
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