DESPERTAR

No peito paira o pensamento a alar-se

em torno e dentro de falácias tantas

jorradas, nuas ou nalgum disfarce,

das bocas bravas dos heróis e santas.

Verdades várias e contrárias dando

rasantes rápidas por sobre a gente,

baratinadas, sem razão, comando,

em nome plácido do amor na mente.

Mas todo amor emaranhado à briga

em que igualdade não promova liga

é condenado a conduzir-se ao fim...

Ah, só se espera que a intenção bonita

de haurir entulhos duma terra aflita

não cubra de outras pedras seu jardim.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 24/06/2013
Código do texto: T4355936
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