ESTRELAS INCANDESCENTES

Eu gosto das estrelas que não brilham,

de foscas existências insabidas;

não deixam rastro pelo céu, fervilham

paradas, cintilando recolhidas.

Os tons de tais estrelas maravilham

apenas emoções que as veem despidas

de expectativas tolas, vãs que trilham

no mundo de aparências fementidas.

Não gosto das estrelas desvairadas,

afoitas para serem admiradas

na luz de mero invólucro, embalagem.

Prefiro, sim, estrelas não brilhantes,

que habitam infinitos mais distantes

e acendem-se na essência, não na imagem.