INVERNO
E agora vão-se as folhas, fica o vento,
Mais forte, mais frio, mais triste,
O céu nublado, esconde um pensamento,
Um ledo brado que nele ainda existe.
Os agasalhos vem como um lamento
Das aves que sumiram e não ouviste,
Por causa que, por dentro, o vão relento
Do glacial e vasto inverno consiste.
O meu leito, muito procuro aquecer
Com tua adusta presença que me arrasa
Depois dos cinco dias sem te ver.
O mesmo inverno aqui em minha casa
É o mesmo que sopra aí em teu viver,
Mas juntos vamos transformá-lo em brasa.
(YEHORAM)