XEQUE-MATE
Odir Milanez
 
 
Errei quando tentei jogar demais
esse jogo da vida, assaz maldito.
Tabuleiro com casas desiguais,
damas e reis no dito por não dito.
 
Orei, pequei, sonhei sonhos boçais,
volvi meu verso à voz viril do grito.
Depois voltei aos versos virginais,
dos jogos dos jograis o mais bonito!
 
Vivi a vida amando amor ausente.
Precantei-me prazer, dei-me carinho,
chorei calado e ri sem ser contente.
 
Xeque-mate ao final do meu caminho.
Enxadrista sem arte, eu, simplesmente,
deixo de ser peão pra ser sozinho.
 
 
JPessoa/PB
28.05.2013
oklima

***********


Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos à vida...


***********


Recebo, com aplausos, a interação da poeta Ysolda Cabral, que em boa hora vem dar mais vida aos meus versos:


cheque-mate.jpg


XEQUE-MATE
Ysolda Cabral
 
 
Certo,
Protesto!
O nexo é controverso...


Sem jeito é feito.
Desejo acabado,
No ato.


Repúdio confirmado,
Tudo desfeito, de fato.


Rotule o mundo!
Sem discurso,
Enlute.


Não mude... Deixa,
Eu mudo!


Euforia em demasia,
Ilude, confunde...


Curo-me!
Sonho acabado...
Cicatriz no abraço...


Como contrato,
Distrato.
E não disfarço!

Pulsação em descompasso,
Pelo beijo que não foi dado,
Apenas xeque-mate.

 
Recife/PE
29/05/2013
Ysolda

 
oklima
Enviado por oklima em 29/05/2013
Reeditado em 29/05/2013
Código do texto: T4314864
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.