XEQUE-MATE
Odir Milanez
Errei quando tentei jogar demais
esse jogo da vida, assaz maldito.
Tabuleiro com casas desiguais,
damas e reis no dito por não dito.
Orei, pequei, sonhei sonhos boçais,
volvi meu verso à voz viril do grito.
Depois voltei aos versos virginais,
dos jogos dos jograis o mais bonito!
Vivi a vida amando amor ausente.
Precantei-me prazer, dei-me carinho,
chorei calado e ri sem ser contente.
Xeque-mate ao final do meu caminho.
Enxadrista sem arte, eu, simplesmente,
deixo de ser peão pra ser sozinho.
JPessoa/PB
28.05.2013
oklima
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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos à vida...
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Recebo, com aplausos, a interação da poeta Ysolda Cabral, que em boa hora vem dar mais vida aos meus versos:
XEQUE-MATE
Ysolda Cabral
Certo,
Protesto!
O nexo é controverso...
Sem jeito é feito.
Desejo acabado,
No ato.
Repúdio confirmado,
Tudo desfeito, de fato.
Rotule o mundo!
Sem discurso,
Enlute.
Não mude... Deixa,
Eu mudo!
Euforia em demasia,
Ilude, confunde...
Curo-me!
Sonho acabado...
Cicatriz no abraço...
Como contrato,
Distrato.
E não disfarço!
Pulsação em descompasso,
Pelo beijo que não foi dado,
Apenas xeque-mate.
Recife/PE
29/05/2013
Ysolda