ESTRANGEIRO DO MUNDO
Andou sozinho sempre, sobre nada,
cercado de pessoas intocáveis,
com falsas euforias invariáveis,
cravando desvalor em sua estada.
Aos poucos, percebeu que mais querido
é o que soleva lábaros incríveis,
brilhando suas glórias invisíveis
à frente do invejoso tão fingido.
Apático, entranhou-se à urbana brenha,
estranho a tudo e seco de esperança,
carente do sentido de existir.
E segue vão, perdido, sem que venha
uma saudade apenas, ou lembrança
que instigue-lhe a vontade de insistir.