ABUTRES E RATOS

Somente vê-se a sombra nas alturas

do abutre poderoso sobre o rato

faminto, seco, pávida criatura

acuada no covil, a vis maus tratos.

O abutre doma lá do céu de alvura

o tal roedor de reles dons baratos,

que teme seres grandes, más figuras,

pois sabe do certeiro desbarato.

O pássaro covarde agita as asas,

enquanto rato oculta-se nas casas.

O adejo da violência assombra escuro!

E aflito, o pobre rato é condenado

a se esconder, vazio e amedrontado,

em breus, roendo as lascas do futuro.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 20/05/2013
Reeditado em 22/07/2013
Código do texto: T4300134
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