SONETO DUPLO DO AMOR... BEM FEITO

Cantarei em versos, malfadados ais

As vontades que o corpo grita mudo

A dizer que embora em pouco e tudo

Animais todos, nos gozos são iguais

Quando a noite cai dormente e cálida

A mulher se desveste caprichosamente

E uma ensaiada vontade, tenra e pálida

Desprende-se da razão, e finalmente

Entrega-se: a festa enfim vai começar...

Os corpos arqueados e desprendidos

Se entrelaçam num ritmo sincopado

Que o silêncio rompido e incomodado

Com os sussurros e gemidos incontidos

Os fazem, exaustos, agora, descansar...

(pausa...)

E o desejo assim, e mais que antes

Renova-se em cenas onde docemente

Moram as vontades, que discretamente

Têm em mente, os corpos dos amantes

Sendo agora e por fim tão abundantes

Vívidas certezas de que o pensamento

Sem consciência ou sem discernimento

É o fomento dos pecados delirantes

Despertados, os gozos vão se dar

Se entrelaçam num ritmo sincopado

Os corpos arqueados e desprendidos

Com os sussurros e gemidos reprimidos

Que o silêncio rompido e revelado

Os fazem, livres, agora, recomeçar...

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 28/03/2007
Reeditado em 28/03/2007
Código do texto: T429123
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.