FRENTE AO NADA
Odir Milanez
Apresentado, ontem, fui ao nada.
Como sempre, frieza absoluta.
Nenhum gesto gentil ou camarada,
pois o nada não fala e nem escuta.
Mas eu lhe disse d’alma apaixonada,
do muito amor de rusga diminuta
abrandada no abraço, uma nonada,
e de poesias-prosas a permuta.
Porém o nada, apático ante tudo,
mantendo a ensurdecência e a voz calada,
fez-se ausência total, sem conteúdo.
Quedou-se em nada ser. À madrugada,
o sono me envolveu. Desperto e, mudo,
mais uma vez eu fico em frente ao nada...
JPessoa/PB
10.05.2013
oklima
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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos finais...