DISSABORES. Soneto-375.
Na vida a bel prazer já tive muitos amores,
De orgias e enfeites inundei meu coração,
Hoje me restam apenas puros dissabores,
E me vem à memória às horas na solidão.
Efígie de um passado que me foi admirável,
De uma vida de incorrupta imparcialidade,
Onde atos contumazes me foram tão afável,
Em queixa e agonias por falsas habilidades.
Nos enredos das orgias vivi dissolutamente,
Lancei fora tesouros numa vida indecente,
Ser feliz era só o que me vinha à mente.
Depois de anos entendi veio-me a realidade,
E aquilo que conheci nunca foi felicidade,
Pois se voltasse no tempo agiria diferente.
Cosme B Araujo.
02/05/2013.