O BRAÇO E AS ASAS

Disseram-me que tenho fortes asas,

as imaginações adejam plenas,

que elevo, no sonhar, ideias rasas

em sopro de otimismo assim, apenas.

Cravaram-me que peno exausto braço,

que anula-me a ilusão ardil ferrenho

e aperta-me a esperança à corda de aço

em lacerante, edaz e bruto engenho.

E me cantaram que asas são de sonho,

por isso, são mais fortes que as reais

e amparam-me no céu, ante o medonho.

Mas... triste! É que me traz, o braço torto,

de artérias e verdades viscerais,

as asas que arrancou do sonho morto.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 23/04/2013
Código do texto: T4255136
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