ORAÇÃO À POESIA

Minha poesia divina

dos menestréis do passado,

vem me fechar a retina

na hora em que eu for chamado.

Cerra de leve a cortina

no caixão, em que, deitado,

vá conduzido, e em surdina,

canta uma ária ao meu lado.

Braços abertos em cruz,

sê força - calor e luz

que marque o chão da saudade.

Perpétua no meu esquife

como no mar o arrecife,

vela a minha eternidade.