Soneto a seca

Ovelha magra inanida sobre o chão

Esperando a chuvada que não vem

Na cantiga macabra do vem vem

Se ouve o rasgo da tosca solidão

No deserto sinistro ladra o cão

Contristado esperando por alguém

Chega a fome perversa com desdém

Demolindo a riqueza do sertão

Logo o vento carrega a folha seca

Da floresta isolada e quase pêca

Que já mostra o momento de morrer

No calvário da seca nordestina

O caboclo faminto se confina

Imprecando o repasto do poder

Soneto de autoria do poeta e ex-repentista russano Antonio Agostinho, hoje homem dedicado às letras.

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 08/03/2013
Código do texto: T4178039
Classificação de conteúdo: seguro