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NOITE NEGRA
Odir Milanez
 
 
A noite nasce negra no meu quarto,
vestindo as veleidades do vazio.
Sem ser parte do preto, eu me descarto
pra não viver do escuro o desafio.
 
Das noites sem ninguém me sinto farto.
O vento inventa vozes, freme o frio.
O meu soneto sangra antes do parto.
Meus versos são verões de atroz estio.
 
A solidão, soturna e sufocante,
mistifica o meu eu e eu me reparto
entre o início e o fim de cada instante.
 
O sol sombreja sangue após o enfarto.
E antes que a luz lampeje iluminante,
a noite nasce negra no meu quarto...
 
 
JPessoa/PB
19.02.2013
oklima

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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...

 
oklima
Enviado por oklima em 19/02/2013
Reeditado em 04/05/2013
Código do texto: T4149213
Classificação de conteúdo: seguro
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