Ausência
 
Eu já morri - ninguém percebe ou crê –
de mim restou o nada aqui presente,
o olhar vazio, baço, inconsequente,
que nada mais enxerga, nada vê.
 
Ou a razão de tudo, e mesmo se
sofri, chorei demais, parti contente,
se devagar morri, ou de repente,
tombei, suave, feito a flor do ipê.
 
Restou o nada, em mim, daquele ser
cercado  por chacais, também, hienas,
e nunca mais sonhou, amou, sorriu.
 
Eu já morri, porém ninguém quer crer
que seja só miragem,  sombra apenas
daquela que se foi e ninguém viu.
 
Brasília, 13 de Fevereiro de 2013.
Seivas d'alma, pág. 122
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/02/2013
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T4138419
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