O OUTRO SER
E sobre um dia de alegria veio a treva
Sobre as nossas cabeças, a escuridão,
Um outro ser estranho, um fero cão,
Tomou lugar de mim, alma maleva.
Inconsciente, absente, que eu deva,
A vida a ela, livrá-la da má impressão,
Do manto negro sobre o frágil folião,
Onde estará alvura que minh´alma leva?
Mas como pôde o amor se esconder
E dar lugar à este tão maldito ser,
Que nunca vi, que desconheço.
Porque o que me ocorreu não entendi
E tudo quanto fiz eu mesmo não vi,
Pois sair o mal de mim eu não mereço.