Sintético

Roboticamente falando, eu

em minha mecânica existência

Apaziguo minha vil paciência

sonhando em ter o que não é meu

A cinza visão de meus olhos de vidro

e minha voz tão áspera e tremida

Fazem de mim uma máquina ferida

Um ser de lata, frio e denegrido

A estranheza dessa minha imagem

(Um LED, um botão, uma engrenagem)

me faz sentir um elétrico trauma

Nenhuma das três leis podem fazer

com que eu tenha o que não posso ter

Meu lado humano, meu ego, minh’alma

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Esse poema foi originalmente publicado no livro "O Exterminador de Sonetos - 2ª edição"

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 01/02/2013
Código do texto: T4117811
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