Sintético
Roboticamente falando, eu
em minha mecânica existência
Apaziguo minha vil paciência
sonhando em ter o que não é meu
A cinza visão de meus olhos de vidro
e minha voz tão áspera e tremida
Fazem de mim uma máquina ferida
Um ser de lata, frio e denegrido
A estranheza dessa minha imagem
(Um LED, um botão, uma engrenagem)
me faz sentir um elétrico trauma
Nenhuma das três leis podem fazer
com que eu tenha o que não posso ter
Meu lado humano, meu ego, minh’alma
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Esse poema foi originalmente publicado no livro "O Exterminador de Sonetos - 2ª edição"