Tempo esgotado

O tempo não para, só passa devagar

Arrastando-se perene, pela eternidade

Ocultando a mentira, enganando a verdade

Na montaria temporal, sempre a galopar

Tão solene, só, em recato, desolado

Um relógio quebrado, tênue, perpétuo

Desfragmentado no silêncio, quieto

Seu advento já foi cronometrado

Os ponteiros, inertes, logo paralisam

Segundos, minutos, horas, enfim

As cicatrizes óbvias não cauterizam

Ser atemporal, desses tempos devassos

Já sinto pulsar aqui dentro de mim

Como o relógio, meu coração em pedaços

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Esse poema foi originalmente publicado no livro "O Exterminador de Sonetos" (1ª e 2ª edição)

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 01/02/2013
Código do texto: T4117727
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