Meu irmão Brasileiro
Meu irmão Brasileiro tem o dom
De libertar palavras das amarras
Dá-lhes cor, dá-lhes luz e marca o tom
Como fado saído das guitarras
Tem palavras suaves, melopeias
Tem o calor dos trópicos na pele
Tem sangue universal dentro das veias
E na alma tem a força que o impele
Nele habita o sol e a eterna lua
Sob a capa da língua que moldou
Língua viva e não morta que criou
A minha linguagem é nua e crua
Herdei-a de Camões e doutros mais
Que da língua-mãe foram os pais