DIA CHUVOSO
Ai, o olhar lacrimoso do dia,
plangitiva garoa incessante
me encarcera em bolor de agonia
e condena ao perene do instante...
E sequer me acalenta a poesia;
a monótona, lânguida, arfante
engolfada no chão da apatia,
lamaçal de vazio vazante...
Este olhar dardejando o domínio
sobre as cores de cada manhã
tão somente me inspira extermínio...
Quando o dia danoso despeja
sua angústia chuvosa e malsã,
tudo em mim escurece, lateja...