DIA CHUVOSO

Ai, o olhar lacrimoso do dia,

plangitiva garoa incessante

me encarcera em bolor de agonia

e condena ao perene do instante...

E sequer me acalenta a poesia;

a monótona, lânguida, arfante

engolfada no chão da apatia,

lamaçal de vazio vazante...

Este olhar dardejando o domínio

sobre as cores de cada manhã

tão somente me inspira extermínio...

Quando o dia danoso despeja

sua angústia chuvosa e malsã,

tudo em mim escurece, lateja...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 29/01/2013
Código do texto: T4111490
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