Palavras soltas

Tenho palavras sãs e rebuscadas

Guardadas na gaveta. São memórias

Tecidas de lã bruta. São jangadas

Em mar revolto. Vidas sem histórias

Tenho de as libertar do cativeiro

Dar asas para voarem como seta

Tenho de confessar ao mundo inteiro

O que oprime a minh`alma de poeta

Com o mesmo denodo e desespero

Imitando o artesão talhando a pedra

Trabalho a frase e dou vida ao verso

Contudo sinto em mim a dor que espero

Das explosões do fogo que em mim medra

Que oculta a face e dá luz ao reverso

Antaco
Enviado por Antaco em 20/01/2013
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