SONETO DA SAUDADE
Quero um soneto simples, bem cuidado,
em que te diga uma palavra apenas.
Não vou recheá-lo de expressões amenas,
de belezas não o quero aparatado.
Não tenha rosas, cravos, açucenas,
nenhum perfume dele trescalado.
Não mostre as desventuras do passado,
nem leve do presente amargas penas.
Diga em sussurro uma palavra só,
que o peito me tritura, igual à mó,
conta os minutos em eternidade.
Eu nada disse, e eis o soneto feito...
Se encostasses o ouvido no meu peito,
ouviras a palavra aí - SAUDADE!