INDEFINÍVEL
Arranca-te os grilhões, contempla o nada!
Que morra nos teus olhos a sentença
Lavrada, de que a vida jaz formada,
Se a vida que viveu... foi mera crença!
Não sabe que teus pés e essa estrada
(Cantada em teu sonhar a vida imensa),
Se formam dessa água insuspeitada,
Que à torpe superfície já se incensa?
Ninguém nessa barcaça, a outra margem
Do rio da solidão, terá lhe dito.
Apenas os teus passos são voragem...
Se há Vida quando Lá, essa barcaça
Aporta ao quanto queira do infinito;
Qual nome batizar o que não passa?