IMPÉRIOS DE PAPEL
No doce açude vasto de ânsias jovens, ledas
banhava minha espera frente ao mundo lindo;
em gotas de certeza de um futuro em sedas,
sorvia as águas frescas de manhã sorrindo.
A juventude audaz de intensas labaredas
lavrava sobre campos seu calor infindo,
das cinzas renasciam verdes alamedas
saudando vivas, belas um devir bem-vindo.
Ah, brisas de áureas glórias, sóis da mocidade
rutilam nos condões da invencibilidade
os sonhos, planos, voos rápidos ao céu!
Contudo, no percurso, ardis, grilhões e algemas
ataram-me com forças tão brutais, extremas,
rasgaram meus impérios feitos de papel.