INSETOS PERDIDOS
Centenas de insetos revoam perdidos,
em doido vai-volta no meu coração,
circulam no tino, tonteiam sentidos
e não reconheço, no entulho, a razão.
Será que meus vívidos foram fundidos
no chumbo amargoso da austera exaustão?
Será que sequei permanente os floridos
teimosos e afáveis da leda ilusão?
Respostas translúcidas brincam comigo
e ocultam verdade que anseio e persigo
na luz embaçada de vítrea lembrança.
Meus rumos jamais se abrirão para os lindos?
E não voltarão os abraços bem-vindos?
Que faço eu, então, desta tola esperança?