SONETO DOS OITENTA
Não vou fechar o dia sem dizer
que é o meu trinta de junho dos oitenta,
e que o João revive e ainda agüenta
o trompaço do tempo sem gemer.
Não me arrependo do que fiz. Cimenta
meu passado de sonho, o bem querer.
Suei, porém venci. O alvorecer
se foi nublado, a tarde o claro inventa.
Se o fruto do pomar está maduro,
nas flores do jardim, o aroma é puro,
creio que posso ainda ter meus planos.
Assim, quero pensar no que há de vir,
supor que recomeço e o meu porvir
oferece seguro, mais dez anos...
30-06-00, às 11,30.