A NAU DAS ALMAS ERRANTES

No mar, a nau sinistra busca rumo;

Onde a trêmula e lúgubre bandeira

Da morte, com sua cruz negra no prumo

Do mastro; ela infeliz, singra viageira!

Dela sai um canto em súplica, gelado!

Enunciado em vozes tão cortantes,

Que sua presença é o mal ali assombrado,

Por purgatórios d’almas vis, errantes...!

Filhos de Satã, e os estupradores;

Psicopatas, e os frios assassinos;

Levam pra eternidade as muitas dores...

E a cada hora, soa uma pena em sinos;

O isolamento é praga aos pecadores,

Da morte fez-se inferno os seus destinos!

Setedados
Enviado por Setedados em 12/12/2012
Código do texto: T4032665
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