Soneto Dos Meus Setenta Anos

Eis que em minha vida chegou o inverno,

já não corro mais lépida pelos campos,

mas guardo em mim sonhos eternos,

iluminados por milhões de pirilampos.

Meus sonhos transpassam nuvens, montes,

minh’alma pirilampeando pelo curvo horizonte,

relembra os verões festivos e as primaveras,

o sol radiante que transpunha minha janela.

Ninguém roubará de mim tamanha alegria,

nem as infindas lembranças que guardo comigo

eternizo-as nos versos da minha poesia.

É leve o peso dos meus setenta anos,

construí na caminhada um sólido abrigo

que revela as marcas do meu viver humano.