RECEITA PARA UM SONETO
 
Um soneto qualquer, eis a receita:
Papel –  um guardanapo –, uma caneta,
Um lápis serve, o verso tudo aceita,
Menos aquilo de formal, que afeta.
 
Não procures demais forma escorreita,
Quem faz versos de amor é sempre esteta:
Um suspiro – dez sílabas, poeta!
E uma saudade é a estrofe mais perfeita.
 
Ouve os Beatles, Roberto, ouve Caetano,
Escuta Nelson..., Chopin, já nesse plano
Teu estro já aflorou, está emerso.
 
Olha longe, perdido, vê a esmo,
Sai de tudo, do perto, de ti mesmo,
E o metro fluirá verso por verso.  
 
(Publicado em Sente e Converse, em 25.07.2007)
Antonio Carlos Pinheiro
Enviado por Antonio Carlos Pinheiro em 09/12/2012
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