MEUS FANTASMAS

A noite espia-me, assim como espio a ela,

E dos bichos noturnos sons eu escuto;

A estar eu mesmo por certo resoluto,

A varar nesta noite em névoa tela!

Com seu cantar de agouro tão sinistro,

É a coruja em certeiro voo silente;

Dos grilos o cricrilar estridente;

É o que então de mais forte eu ali registro...

Sombras rápidas movem-se - a me assombrar,

Ritmadas pela brisa penetrante,

Que até parece me lançar espinhos!

Desta tensão irei sim, sempre me lembrar,

Quando eu era um solitário viajante,

A matar meus fantasmas dos caminhos!

Setedados
Enviado por Setedados em 07/12/2012
Código do texto: T4024824
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