MEUS FANTASMAS
A noite espia-me, assim como espio a ela,
E dos bichos noturnos sons eu escuto;
A estar eu mesmo por certo resoluto,
A varar nesta noite em névoa tela!
Com seu cantar de agouro tão sinistro,
É a coruja em certeiro voo silente;
Dos grilos o cricrilar estridente;
É o que então de mais forte eu ali registro...
Sombras rápidas movem-se - a me assombrar,
Ritmadas pela brisa penetrante,
Que até parece me lançar espinhos!
Desta tensão irei sim, sempre me lembrar,
Quando eu era um solitário viajante,
A matar meus fantasmas dos caminhos!