O amor sonhado
“Deusa” dos meus sonhos, “Senhora” de minha alma
Como posso suportar a angústia de não tê-la em meus braços,
De sussurrar nos ouvidos, te seduzindo em meu colo,
Te devorando as entranhas e te fazendo suar.
Se me devoras também, nos sonhos, todas as noites,
Se em gemidos devassos, me enche todas as veias.
De sangue quente, excitada, com gozo me saboreia
E me mordes o ombro, gemendo de tanto prazer,
Assim é que desfalecemos, grudados, em pernas e braços
E arfante sentimos, calados, um respirar tão cansado,
E devagar nos soltamos em pequeninos deslizes,
Escorregando os membros por sobre os pelos molhados
Minha amada princesa, que em soluços deixei,
A suportar a tortura, nessas lembranças contidas,
Como posso esquecer por um segundo sequer,
Se teu cheiro, grudado, me consome e envolve,
Se teu gozo me aquece no frio da madrugada,
Como posso esquecer por um segundo sequer,
Se ainda ouço baixinho, você dizendo impropérios
E arranhando-me as costas morde-me o queixo e pescoço,
Tremendo, gemendo e suando sugando todo meu sumo.
Ah, minha dona e destino,
De meus desejos profundos,
Eu sou apenas cortejos,
Quando te sinto em mim,
Eu sou apenas moleque,
Quando lhe olho no olhar
Eu sou só um sonhador,
Em teus braços dormindo.
Eu sou apenas você,
Eu sou apenas um homem,
Perdido em dor e murmúrios
Que esta guerra causou.