Eu

Nas horas dolorosas sinto a vida

Como uma cortesã no seio meu;

Como se tudo fosse a despedida...

Eu sinto que meu sonho faleceu!

A lágrima d'aurora foi perdida;

A glória pudibunda feneceu;

Meu corpo deformado em gris ferida,

Acomodou minh'alma que morreu.

Meus dias festejantes d'inocência,

Daqueles que a alegria sempre existe,

Não vejo mais! Estão em decadência...

Por que, Senhor? Meu Deus! A vida insiste...

Meus olhos são lagoas de dolência...

Meu Deus! Meu Deus! Senhor! Como eu sou Triste!