Calvário
Ao vê-la de grinalda branca e pura,
Majestosa, serena feito pomba,
O coração dentro do peito tomba
Por ter perdido tanta formosura.
Ela tão deslumbrante, ele em tortura,
Ao ver que estendia aquele estranho
Um rico e belo anel todo de estanho
Á mulher – á sua esposa futura;
E nunca mais a viu. Ora por certo
Hoje vive feliz, bem coroada,
Dos carinhos dos filhos que estão perto;
E ele após sofrer tanta amargura,
Do amor o calvário, a ferroada,
No próprio amor encontrou sua cura.
Ao vê-la de grinalda branca e pura,
Majestosa, serena feito pomba,
O coração dentro do peito tomba
Por ter perdido tanta formosura.
Ela tão deslumbrante, ele em tortura,
Ao ver que estendia aquele estranho
Um rico e belo anel todo de estanho
Á mulher – á sua esposa futura;
E nunca mais a viu. Ora por certo
Hoje vive feliz, bem coroada,
Dos carinhos dos filhos que estão perto;
E ele após sofrer tanta amargura,
Do amor o calvário, a ferroada,
No próprio amor encontrou sua cura.