DESABAFO
Ora, esta vida que brinca comigo,
Que me ironiza, me faz pequeno,
Que me desaponta com seu veneno,
Com este infindo e vil castigo!
Busco sempre o que é justo e peno
Quando nunca acho um bom amigo
Alguém também justo, eu digo,
Alguém de coração sereno.
Mas parece que nessa atroz ventura
O fel que tomo como vinho
É a teia que emana da sepultura.
Pois na vida a morte é o caminho
Que ledo trilho esta tristura,
Que me faz o tempo tão mesquinho.
(YEHORAM) 28/11/2012