UMA CANÇÃO QUE LIBERTA

Um poeta junto a sua velha mesa,
Tentava à noite, tecer alguma poesia,
Foi quando ouviu uma raríssima beleza,
Alguém, ao piano, tocava uma melodia.


Ah! era um ser iluminado, com certeza,
Para extrair de si, imensurável magia,
Fazer o mais simples, ter o olhar de realeza,
Transcender muito além das serranias.


Era Schubert que ele tocava, intensamente,
“Ma pauvre petite”, uma canção que liberta,
O corpo a alma, desobstrui as vertentes.


Janela aberta, mover da mão, palavras certas,
Sob os divinos acordes, transparentes,
Sem saber. esse alguém inspirou o poeta.


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FAZ-SE A LUZ

 Noite longa, tão comprida,
e eu sem ti, minha querida,
parece me perco de mim.

 Só tristeza em minha mesa,
perdeu-se toda a beleza,
não há flor no meu jardim.

 De repente em meio a tudo
 - eu me calo, fico mudo -
escuto um piano que toca.

 Fica claro onde era escuro,
além vejo meu futuro,
novos sonhos me provoca.

 Envolto na melodia,
eu sinto no ar harmonia,
notas certas, transparentes.

Faz-se luz no meu presente.

(HLuna)