ABISMO
Com minha mão quente,
Sobre a sua mão fria,
Não sabe a dor que me cria,
No corpo que ainda te sente.
Dormindo seu sono inocente,
Para onde mais você iria,
Se abisma diante a vida que abria,
A porta e agora se fecha eternamente?
Com o chão abaixo dos pés se abrindo,
O abismo te engole e a luz vai fugindo,
Quando vem sete palmos de terra cobre,
Então eu volto sozinha para casa,
Perdendo do meu coração, a brasa,
Esperando a mesma terra que te encobre.