CORAÇÃO DE CARVÃO
Vou pelo caminho do sonho,
Levando meu coração de carvão,
Incerta se haverá a salvação,
Nas profundezas do mundo medonho.
Andando na vastidão um pensamento componho:
Qual luz diluirá o poder toda a escuridão,
Que paira sobre o cômodo do coração,
De extinto sentimento alegre ou tristonho?
Depois da morte,tudo é enegrecido,
Alegria perde o riso,a tristeza o dolorido
E adquire-se no peito a natureza vaga.
Não se sente nada, nada se sente,
Além dessa minha morte decadente,
Em meu coração que se apaga.