CORAÇÃO DE CARVÃO

Vou pelo caminho do sonho,

Levando meu coração de carvão,

Incerta se haverá a salvação,

Nas profundezas do mundo medonho.

Andando na vastidão um pensamento componho:

Qual luz diluirá o poder toda a escuridão,

Que paira sobre o cômodo do coração,

De extinto sentimento alegre ou tristonho?

Depois da morte,tudo é enegrecido,

Alegria perde o riso,a tristeza o dolorido

E adquire-se no peito a natureza vaga.

Não se sente nada, nada se sente,

Além dessa minha morte decadente,

Em meu coração que se apaga.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 24/11/2012
Código do texto: T4002912
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