A SABEDORIA DE SALOMÃO
Nos conta a sabedoria de Salomão,
O caso duma abelha zumbidora,
Que ao irritar sua paz, violadora!
De pronto, contra ela, ergueu a mão.
Já resoluto, em mata-la, então,
Pois era, ela, criatura voadora,
Mais inconveniente, enlouquecedora,
Ameaçava-lhe com seu ferrão.
Então bradou-lhe, ela: Clemência!
Ó rei, desvendador de toda ciência,
Não me faças mal, tenhais amor!
Porque um dia, te servirei de ajuda,
Se me poupares dessa morte aguda,
Te indicarei a verdadeira flor.
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Então, o rei poupou-lhe a vida,
E foi-se embora bem contente,
Num zumbido estridente,
Mas ficou, a ele, toda agradecida.
A rainha de Sabá, tão decidida,
Alvitrou lhe um enigma inteligente:
Se és tu sábio, diante dessa gente,
Dizei-me, por tua glória enaltecida:
Qual dessas, entre todas essas flores,
É a flor real lá da cimeira?
Dizei-me, senhor dos senhores!
Não podendo saber de outra maneira,
Veio a abelha zumbindo horrores,
Pousando sobre a flor verdadeira.
(YEHORAM)