TERRITÓRIO SOMBRIO

A garra da morte me estrangula,

Rasga a minha fina jugular,

Me leva ao território sombrio, insular,

E arranca a alma da carne com gula.

Na frieza pasmosa,o sangue coagula,

O cérebro deixa de ser o meu lar,

Entra em estado letárgico, crepuscular,

E estranhamente a vida infecunda e a morte ovula.

Sobre minha carne, o esporo de fungo germina,

A lenta vida começa onde a minha termina,

Me quebrando,alastrando o gás malcheiroso,

E a morte tem finalmente sua missão comprida,

Ao deixar essa pobre miserável no chão estendida

Esquecida abaixo do solo pesado, profundo e lodoso.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 19/11/2012
Reeditado em 27/11/2012
Código do texto: T3994100
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