PRISÕES DA LIBERDADE
Prisões da Liberdade
J.B.Xavier
Quem vive na prisão da liberdade
E sabe quanto pesa uma tristeza
Conhece o gosto amargo da saudade
Singrando o rio da vida em correnteza.
O riso no rosto do prisioneiro
Que vive pelo mundo sempre a esmo,
Engana aquele pobre gondoleiro
Que vive prisioneiro de si mesmo.
Também sou prisioneiro da clausura
Vivendo na terrível liberdade
De ter que fazer versos na amargura
Da cela que tão livre assim decreta:
Nas barras desta alcova, uma saudade,
Respira no peito deste poeta!
* * *