TUMULO DE NEVE
Um dia dormirá a minha pena,
Não escreverá o que escreve,
Presa no túmulo de neve,
Onde toda a lembrança drena.
Abaixo da terra morena,
Não escreverá a minha pena leve,
Que nas horas negras, me serve,
De lança quando alguma dor acena.
Que pena da pena que trabalha,
Árdua na perdida batalha,
Traçando verdade faminta,
De que um dia irei repousar,
E junto minha pena irá pausar,
Sem sangrar meus litros de tinta.