Pedra
 
Era uma moça estranha. O coração
Que batia dentro daquele peito,
Talvez fosse de pedra. Era o seu jeito
Não ter no amor qualquer ocupação;
 
Todos os dias em frente ao portão
Da sua casa sempre algum sujeito
Com palavras doces, com respeito,
Falava-lhe de amor na ocasião.
 
Mas como diz um ditado antigo
"Tanto bate água mole em pedra dura
Que devagar, aos poucos, ela fura."

E ela um dia, por seu melhor amigo,
Se viu amando - e de amor perdida
Veio a morrer sem ser correspondida.



 
 
 
 
 
 
Allves
Enviado por Allves em 16/11/2012
Reeditado em 12/10/2016
Código do texto: T3989818
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