FÊMEA
Ela chega e logo vai se insinuando
Cruza as pernas num descuido cuidadoso
Sinuosa olha o macho curioso
Fascinado, na surdina a desejando
Borralheira a estudar o ambiente
E cuidar pra que o sinal ninguém avance
Fingidora distraída de relance
Põe os olhos sobre o macho novamente
Nos ditames desta vida é gata mansa
Na poesia é água clara de riacho
Como fêmea tem limite e segurança
É uma ave a cuidar do seu penacho
É uma gema preciosa na balança
É a fêmea sempre a provocar o macho