A TARDE ARDE SOB FLAVO SOL
A tarde arde sob flavo sol, sob a luz fulgente,
No mago dia, a tépida brisa rumoreja teu nome,
E logo vem tua imagem, teu lindo rosto quente
E a lembrança de teu olhar que me consome.
E sob a claridade que te faz mais ardente
Dentro do meu seio, como um verme come
As minhas veias cujo sangue fremente
Clama de saudade, como um clamor de fome.
O som do dia ensolarado, a voz da gente,
Um reboliço de ossos secos, som impertinente,
Pois tudo revive em mim este amor imortal.
Não posso evitar sob esta luz que esbraseia,
Meu coração já abrasivo, como em lua cheia,
Entregar à paixão que faz-me bem e faz-me mal.
(YEHORAM)