VIDA DE CÃO
Moribunda criança na rua
Adormecida pela dor aguda da fome
Faz do vento o lençol pra pele nua
O do sonho pra comer o que não come
Devaneia numa vida de cão, se levasse
Hotel, handler, SPA, comida importada
Xampu, perfume, moleton de linho usasse
Suplementos, talco, caminha esquentada
Desesperadamente passa a latir
Pra tocar o coração da madame
Que menosprezando passa, olha e sorrir
Deixando que charmosa bolsa o chame
Pra saber pelo faro se não ta ali
A moeda que lhe pague um pãozinho com salame