SOL CASTANHO DO SERTÃO
Naquele estradão vermelho que do sertão é inerente
Passam rebanhos inteiros, passam tropas e boiadas
Passam os carros cargueiros gente de mãos calejadas
Uns que vão se retirando outros chegando contentes
Ao longe o sol castanho da tarde de primavera
Prenuncio do anoitecer, lá pros lados das montanhas
Seu clarão vai se ofuscando, más a beleza é tamanha
Sendo a expressão da luz naquela estada de terra
Famílias empoeiradas na imensidão vermelha
Vão pra perto do cimento e ver um sol fumarento
Na poluição do centro derredores da cidade
Não verão no entardecer o sol castanho que espelha
E as noites de primavera que traz o cheiro no vento
As montanhas recebendo o sol no final da tarde
(Idal Coutinho)