MEUS OLHOS

Ah, meus olhos... Acervos de imagens, vivências

e segredos de encanto e de espanto dançantes,

resplandecem o mar de emoções penetrantes

que se quebra na praia de tantas ausências...

Ah, meus olhos... Acúmulos vivos de instantes

respirados, sentidos no cerne da essência,

que se afloram, cedendo-se à luz, na influência

de lembranças, regressos de outonos distantes...

E a poesia goteja, sanguínea, no verso

deste olhar em noturnos solares imerso,

com seu dom de irmanar a beleza e a tristura...

Mas meus olhos, embora procurem estrelas

sobre noites chuvosas, não podem mantê-las

dentro em minha verdade despida, mais pura.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 01/10/2012
Código do texto: T3911150
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