O que somos e para onde vamos?
Ora, se é sempre o outro que nos forma
com seu olhar de aprovação ou crítica,
e lê em nós a projeção analítica
a qual nos redefine ou nos reforma,
então seremos só a volta elíptica
que o bumerangue cultural deforma.
Seria assim como se para a norma
culta da língua, uma gíria raquítica,
vida inerte e inútil, só pró forma,
a semântica fosse paralítica,
e sem qualquer outra ética ou política,
pois quando alguém, no apogeu da autocrítica,
busca e acha a verdade e a conforma,
vai-se desta para outra plataforma.