VINHO SUAVE
O vinho suave que cruzava na sua veia,
Derramou até sustar no chão,
Trouxe chuva a minha visão,
Envolveu meu coração em negra teia.
O vinho que a terra anseia,
Pingou, pingou até a exaustão,
Você desceu a falecida mansão,
E a morte sorveu o vinho na lúgubre ceia.
O vinho suave, rubro servido na taça,
Foi certeza dolorosa da desgraça,
Pois ancorou no brumoso porto .
Não restou gota,pingo do vinho,
Ai!Como se tornou seco o meu caminho,
Quando o vinho evadiu do seu corpo morto.